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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Vexame no Senado Diante de Um Bispo Profeta


O Senado da República vivenciou um momento de vexame, em sua sessão especial de 21.12.2010, para entrega, pela primeira vez a cinco personalidades, da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara, sob apupos de manifestantes no lado de fora, protestando contra o auto-aumento de 61,8% para os (15) salários dos Congressistas, com efeito cascata sobre as Assembleias Legislativas dos Estados, extensivo aos ocupantes (e vices) do respectivo poder executivo.

Para surpresa dos presentes, o Bispo Emérito (Católico Romano) de Limoeiro do Norte, Ceará, Dom Manoel Edmilson da Cruz, ao usar da palavra, recusou a comenda, dizendo que o parlamentar que votou esse aumento é um “para lamentar”, e que os rodoviários de Fortaleza não conseguiram nem 7% em seu reajuste como categoria, sendo o anunciado salário mínimo de 2011, de 540,00 reais o de menor aumento real em muitos anos.

Na ocasião, o Bispo assim se pronunciou: “A Comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Hélder Câmara. Não representa. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la. Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, à cidadã contribuinte para o bem de todos, com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho”. Sob aplausos dos presentes.

O Presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Guilherme Uchoa (PDT) chamou as manifestações contrárias de “demagogia”, e que “se a gente for nivelar por baixo não chega a lugar algum”, se referindo aos reduzidos salários da maioria dos brasileiros.

Para o Bispo Anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife, o gesto de Dom Edmilson engrandece a figura do episcopado e o papel profético dos cristãos, e que a questão não é um nivelar para baixo, mas um nivelar para cima, “pelo menos um nivelar pelo meio”.

Para ele, a votação nesse “clima natalino” foi um auto-presente de Papai Noel com o dinheiro do contribuinte, quando esse se encontra desmobilizado, em virtude desse período de festas.

Fonte: Imprensa Nacional

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010