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sábado, 17 de setembro de 2011

Crise é como mosca, mosquito e jacaré: existem há centenas de milhões de anos e não se antevê que acabem. Nem os jacarés, tão perseguidos por causa da sua pele.

Diz a Bíblia que houve uma “crise” quando se construía a Torre de Babel, e assim a construção foi interrompida; houve graves crises nos
vários impérios que se esfumaram na história – sassânida, egípcio, persa, romano, inglês e até o pseudo português – e agora chegou a crise que demorou a manifestar-se: a da ganância e da roubalheira!

Mal fazia ideia do agravamento que iria ter esta pseudo crise.

Pseudo porque assistiu-se aos governos de todo o mundo a sustentar os bancos com milhões ou triliões, e nem seis meses eram passados e já todos eles tinham lucro suficiente para pagar a “ajuda” que receberam. Até a General Motors, agonizando, pré falida, no ano seguinte tem o maior lucro de toda a sua história.

A França luta com um crescente desemprego, a que não sabe como dar fim, mas no último mês, diminuiu o número de “demandeurs d’emploi”, dos que estão inscritos aguardando um posto de trabalho. Como isto aconteceu? Onde está a crescer o mercado? Nos bancos, corretores de bolsa, empresas de produtos de alto luxo, como a de relógios que se vendem entre dez e cem mil euros, nas “grifes” de roupas extravagantes e caríssimas, perfumaria sofisticada, etc. Nunca se venderam tantos carros de luxo, relógios de ouro com diamantes e tantos aviões para particulares. Até a Rolls Royce decidiu fazer um modelo exclusivo para venda na China! Nunca, jamais, em tão pouco tempo surgiram do nada, como fungos e cogumelos (não comestíveis, venenosos) tantos milionários, biliardários! E a pobreza cresce no mundo.



Mas que diabo de contra senso! Alguma coisa está profundamente errada em tudo isto, o que nos leva a imaginar que o “efeito Tunísia” não vai ficar pelos países árabes, mas espalhar-se por todo o mundo!



Os órgãos de informação andam excitadíssimos com o, em breve, casamento do príncipe William e a mulher com quem já vive maritalmente há vários anos. Logo ele que vai ser o chefe da Igreja Anglicana! Prepara-se uma festa “a la royale” para uns 2.000 convidados! Revistas de fofoca estão loucas para serem as primeiras a darem essa importantíssima reportagem ao mundo, a BBC vai ganhar uma fortuna, e os noivos, aliás, os amancebados, receberão uma grossa parte de toda essa encenação teatralizada, que vai fazer vibrar os peitos de milhões de babacas de ambos os sexos por esse mundo de “republicanos”!



É difícil imaginar o quanto vai custar ao tal príncipe regularizar, perante a lei e a igreja, a sua situação de concubinato conhecido e aplaudido. Os dois milhares de convidados “especiais” vão, além de aplaudir, também gastar fortunas em presentes, vestidos novos, exibição de jóias, hospedagem e deslocações até ao local da boda, etc.



E à nossa volta, milhões, milhões, mesmo de súbditos dessa majestade, passam mal. Pior ainda os pseudo súbditos da Commomwealth, como alguns países africanos, que a única migalha que vão receber desse fausto, será a fotografia do casal, cheio de medalhas, tiaras, brilhantes, e outros adornos, e ainda terão de pagar esse papel com os noivos a rir da miséria.



Lembra-me aquela maravilhosa canção com Bing Crosby e Louis Armstrong: “What’s the reason for the celebration?”... Mais ainda porque o “hoje” não tem nada a ver com aquele “What a wonderful world”!!!



No Brasil, 38% dos jovens na faixa dos vinte anos não conseguem trabalho. O índice de criminalidade entre esses jovens é o mais alto do mundo.



E as empresas públicas e os bancos têm lucros recorde na sua história. Em toda a história. Nem os Rothschild quando eram praticamente os únicos a explorar, violentamente, como todos os banqueiros, o “grande império” britânico.



Não é o Ben Ali, nem Mubarak ou o louco do Gadafi que estão errados. É o mundo todo que está de cabeça para baixo, e como os Três Macacos Sábios, ninguém quer saber do Outro. Nem do planeta em que vivemos, que está doente, doentíssimo.



O mundo árabe está à procura do seu futuro. Luta, mostra que as “coisas” não se podem eternizar só para benefício de uns quantos e... os especuladores de petróleo aproveitam para fazer subir os preços em flecha.



A Líbia produz somente 1 a 2% do petróleo mundial; reduziu a produção para menos de 50%; a Arábia Saudita já disse que aumenta a sua caso seja necessário se os preços não pararem de subir!



E não há ninguém que vá em cima desses especuladores e os meta na cadeia, como ao sr. Madoff. Porque a corrupção é assim mesmo: uma mão lava a outra! Como na política.



Não tarda a que o fenómeno “Tunísia” atravesse o Mediterrâneo e outros mares. A “Alternativa” de que falamos em texto anterior, só pode acontecer quando a população se dê conta da força que tem... quando culta e unida!



Não é pelo voto que se lá chega. Por enquanto. Porque a verdadeira crise está na falta de Homens (ou Mulheres!).



Lembrai-vos de São Paulo na Iª aos Coríntios: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.”



Rio de Janeiro, 25/02/2011



Francisco Gomes de Amorim



(*)http://www.google.pt/imgres?q=crise+economica&um=1&hl=pt-PT&sa=N&tbm=isch&tbnid=j8MxW04Ehad0OM:&imgrefurl=http://www.ehelpcarolina.com/pro-futuro-de-carro-eletrico-e-sem-%25E2%2580%259Ceconomes%25E2%2580%259D/&docid=0wgoOha7uUBVyM&w=302&h=344&ei=OOJuTtmVC8vF8QPf_MXxCQ&zoom=1&iact=hc&vpx=343&vpy=166&dur=4853&hovh=240&hovw=210&tx=121&ty=157&page=1&tbnh=145&tbnw=127&start=0&ndsp=10&ved=1t:429,r:1,s:0&biw=1093&bih=538



tags: economia


publicado por Henrique Salles

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2011
HOMENAGEM A RICARDO CARVALHO
(*)

sábado, 10 de setembro de 2011

Felicidade


















Aqui
Nesta celestial vacuidade
Onde tudo é provisório
Nasce acabado e corroído
Cada qual à sua maneira
Contorce-se e se reinventa
E morre sem ter vivido

Grande ou pequena
Cada qual abraça sua quimera
Nessa dança ridícula da vida
Onde se chora para então sangrar
[todos os dias

Quando a infância se despede
Deixando as lembranças
Levando uma amplitude de ser
Delas retiramos descrições
As mais belas invenções
Nutrindo toda beleza
Profusão de ideais
O dobro de tudo
Pintado em todas cores
Num quadro num quarto da memória
[dos plágios

Ao meu lado, vida real
Algumas variedades
De perspectivas delirantes
Três sentidos da vida:
Tomar banho, beber café ou dormir
Enfado...

O problema não é a cura
– dizem –
Nem é a doença
O problema escapa pelas mãos:
As coisas pequenas demais
Onde dizem estar a felicidade
– serão aleijados voluntários
ou incapazes do que é grande? –
Seria isto, então, o problema:
Nascemos sem os óculos – da alma?
Nascemos sem os nervos – dos heróis?

Quem cresceu para aprender
A ver com o coração
Quem esqueceu para voltar
A ver com os olhos
Conhece as minas da fascinação
Os espelhos que ofuscam a razão
Os espelhos que refletem a ilusão
O espaço vazio entre tudo – o vão
A repulsão entre tudo – a contradição
Será que ela se abraça
Ou ignora a explicação?
Que culpa teria o erro?
Prometeu alguma verdade?
Que prometeu um sentido?
Que trocaria a escolha
Pelo sorriso plastificado
Da felicidade obrigatória?

– se é que vale a pena –
Vai e mira qualquer coisa
Além dela mesma
Pois como é triste viver
Em meio à matemática
Sem nenhum enigma
[sem resposta
Sem nenhuma paisagem
Lançando véus e enigmas
A cobrir este lamaçal de vida

Toda solução indica o nada
– o fim prematuro da jornada –
Que dá numa encruzilhada
Onde há um milhar de duas placas:
Seja bem-vindo! Boa viagem!
(aqui é o começo)
(aqui é a chegada)
Somente resta a disposição
[indisposta
Em explicar o porquê de uma rota
O porquê de um passo, do movimento
[dessa música
De somente uma nota

Digo isso porque, nesta cadeia
Encontrei a minha resposta
(de longe, era tão bela...)
Não era igual a todas:
(um meio) – Era o derradeiro
Âmago do absurdo
O cerne a contradição
As vísceras dos átomos
Entoando uma melodia pródiga
Tão amarga, verdadeira
Que me fiz prisioneiro
(seria um eremita
se houvesse um caminho
pelo qual regressar)
Forjei minhas correntes
E espero: um há de ceder
De se decompor primeiro

Em meus sonhos
O detector de metais acusa:
Uma arma apontada à cabeça
(como invejo esta máquina...)
Este é o único sonho
Em que sei ser feliz:
Sentindo a liberdade
Rasgar as couraças do peito
As mãos, os pés – obedecem!
As cores sonhadas, renascem
De uma memória abandonada
Por um segundo, um vislumbre:
Tenho todas as escolhas
Mas por que nenhuma?
Sonhos são para um só dia

Nunca chega a hora
Mudo, nada muda
Volto, nada muda
Avanço, nada muda
Desisto, e me empurram

Mas não aprendi a dançar
Não aprendi a caminhar
Não aprendi as certezas
Dos passos firmes
(sabe lá para onde)
(sabe lá para quê)
Cada movimento
Em tudo que tem valor
Só me gera a sensação
De que nunca saí do lugar
De que me comportei
Devidamente: como um aleijado
Nunca chega, hora nenhuma!

Não que, no fundo, seja diferente
Não que, no íntimo, seja especial
Como exemplar dos qualquer-um
Sou também uma pequena merda
E será minha felicidade evaporar
[todo o esgoto das veias
Tudo aquilo que se ensina a calar

Vazio
Procuraria pelas palavras
De uma despedida tão altiva
Que a arrogância das máquinas
[se curvaria
E me daria boas-vindas
E me abraçaria o rosto
[decomposto
E o germe estéril
Que criou o homem
E uma realidade insólita
[nele
E uma inquietude estúpida
[em nós
De não querer não desejar
[não sofrer
Permanentemente
Suicida potencial
Sufocando a cada respiro
[frustrado
Somente na morte
– entrementes –
Entre mentiras e entorpecentes

(mas não é preciso escolher o fim
podemos optar pelo medo cansado
baixar a cabeça, suspirar, esperar:
– acorrentados ou caminhando –
no fim, não temos escolha
sonhamos no mesmo lugar...)

Seja bem-vindo!
(aqui é o começo)
Abrace sua quimera!
Boa viagem!
(aqui é a chegada)
Hora nenhuma!

André Díspore Cancian
[sine data]

quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Cada vez que você elogia uma pessoa é um estímulo para ela viver e um incentivo a fazer com que queira repetir o ato que lhe trouxe conforto e gratidão. Esse pequeno ato de coragem é vantajoso na sociedade como um todo. Um ambiente contaminado por tal vírus é positivo e estimulante. E é preciso coragem, porque o elogio implica lançar a pessoa para cima e às vezes ela pode subir mais alto que você; porém, se você ficar preocupado com o fato de que ela vai mais alto, é porque você mesmo se colocou num nível muito baixo.
O elogio é um ato de desprendimento e de confiança em si mesmo. Quem se sente superior elogia muito; quem se considera para baixo fica mais cioso desse ato de glória; quem nunca elogia talvez nem se encontre mais.
O elogio talvez seja o ato de maior força na sociedade e deveria ser mais usado. Em qualquer lugar, é fulminante. Seja em casa, seja na empresa, seja na escola. Se alguém começar a exercer mais o ato do elogio, pode passar a ser um ímã em
qualquer ambiente - todos querem ficar ao seu lado.
A felicidade, na verdade, está no fato de as pessoas tirarem o maior proveito das ocorrências do dia-a-dia, salientando ao máximo as coisas boas que acontecem e menosprezando as coisas ruins. A felicidade está na nota que se dá a cada coisa.

A semente da vitória, de Nuno Cobra