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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Essa sua inteligência que me mata...


Muito se fala sobre a nossa terrível regressão intelectual, principalmente artística. As músicas antigas eram fantasticamente elaboradas, os filmes antigos então...cult. Até os desenhos animados da nossa infância eram melhores que os de hoje - e nisto eu até concordo, parcialmente, mas, provavelmente, porque estou com 28 anos. Os jornais discutiam notícias mais relevantes, a tv exibia programas mais inteligentes, informativos e não deformativos como os de hoje! Os Big Brother's da vida e outros "lixos" assemelhados. Nossos pais não cantavam tchetchererê, nem ai se eu te pego! Eles cantavam vem vamos embora que esperar não é saber quem sabe faz a hora não espera acontecer! Tristes deles que viveram em plena ditadura. Nossos desafios são outros. Nossos temores outros também, ou talvez nem sejam tão diferentes assim. Não se espera que ninguém faça alarde sobre nossa finitude o tempo inteiro, não se suporta emocionalmente um dia inteiro de desgraças e problemas insolucionáveis. Sabemos que vamos morrer um dia, sabemos que existem pessoas famintas, injustiçadas, despedaçadas, sabemos da improbidade, da corrupção, da globalização, das crise econômicas, mas não precisam ser estes os temas de todas as nossas canções. A gente pode cantar o amor largado, pode cantar também o engraçado. Celebrar a vida é inteligente. Portanto, use seu poder absoluto de apertar o botão e desligue sua televisão ou mude a estação, mas não tente acabar com o fútil, é inútil.




se alguém encontrou...
um sentido pra vida, chorou...
por aumentar a perda que se tem ao fim de tudo

Duca Leindecker