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sábado, 20 de junho de 2009

PAUL TILLICH - O APÓSTOLO DOS INTELECTUAIS


Para muitos, Tillich foi o maior teólogo protestante do século XX. Esta avaliação aparece bastante principalmente entre os teólogos católicos. O interessante é que Tillich só foi ganhar destaque no mundo teológico depois de sua chegada nos EUA, e nesta época ela já tinha quase 50 anos! Ele buscou criar uma teologia que ficasse no meio termo entre o liberalismo e a teologia dialética de Barth e Brunner. Ele nasceu na Alemanha, e era filho de um pastor luterano, seu pai mudou várias vezes de lugar, o que permitiu que Tillich tomasse contato com vários lugares da Alemanha.[1] Há quem considere Tillich como um teólogo "neo-liberal", pois ao mesmo tempo que teceu críticas ao liberalismo do Século XIX, ele também preserva muito da teologia liberal do Século XIX. Em razão da sofisticação do seu pensamento e sua preocupação em tornar o cristianismo aceitável para o meio acadêmico, também pode ser chamado de "apóstolo dos intelectuais", uma espécie de Justino Martir do século XX. A sua influência foi tão grande como a de Barth, e existem em todo mundo, inclusive no Brasil, grupos de estudos direcionados para pesquisa de sua teologia.[2]

O interesse de Tillich por Filosofia e Teologia nasceu desde a infância, pelo menos desde os 8 anos.[3] Em 1900, juntamente com sua família, Tillich chega a Berlim, a capital alemã. Tillich sempre se dedicará a seus estudos, e terá formação filosófica em Tubingen, e teológica na pietista Halle. Tanto em seus estudos filosóficos como teológicos, ele receberá uma grande influência do filósofo Schelling, e a partir desta influência, ele buscar criar uma filosofia cristã. Em seus estudos de teologia recebe também uma forte influência do teólogo católico Martin Kahler (1835-1912) que ensinava que temos nos evangelhos o Cristo da fé, e não mais o Cristo histórico.[4]

Já formado, Tillich trabalha inicialmente como conselheiro pastoral no período de 1912 até o início da primeira guerra. E será quando trabalhará como capelão na primeira guerra, que ele experimentará uma guinada em sua vida espiritual e teológica. A guerra o levou a ter contato com os pobres e miseráveis, o que o impressionou bastante, e também o levou a uma grande decepção com o Estado que ele tanto admirava. Tillich descreve que em 1915 durante a batalha de Champagne, ele andava entre mortos e moribundo, aquilo o tocou profundamente, e sentiu que a filosofia idealista e os princípios da burguesia alemã não davam as respostas suficientes para as angústias humanas. Tillich chegou a ter que enterrar com as suas próprias mãos muitos soldados, e em razão desta experiência chegou a duvidar da fé e ter dois colapsos nervosos. Para Tillich, a partir daquele momento, o "conceito tradicional de Deus estava morto", era preciso buscar um novo conceito mais contemporâneo para definir Deus. O Deus do liberalismo e do teísmo não eram mais suficientes.[5]

Voltando a Alemanha, Tillich assiste um país em convulsão social, com muita pobreza e greves por todo lado. Então ele buscar fundar um movimento conhecido como socialismo religioso, que tenta demonstrar que a sociedade precisa de fundamento religioso, ou se não, experimentaremos o caos total. É neste período que surge conceitos que marcarão o pensamento de Tillich, e que trataremos no decorrer deste capítulo, conceitos como: correlação, princípio protestante, sola lides da fé, kairós entre outros. Em 1925 ele começa a trabalhar na sua Teologia Sistemática, inicialmente influenciado pela teologia dialética de Barth, posteriormente porém, Tillich irá discordar bastante do pensamento de Barth.[6]

A brilhante carreira de Tillich como professor universitário começou em 1919. Na Alemanha ele irá lecionar em Berlim, Marburg, Dresden, Leipzig e Frankfurt. A sua carreira universitária sofrerá um duro golpe quando ele se posiciona contra o então nascente nazismo. Tillich será o primeiro professor universitário não judeu a ser afastado de sua cátedra. Em 1933, Reinhold Neibuhr está na Alemanha, e convida Tillich para ir para os Estados Unidos, e fugir da perseguição nazista. Chegando aos Estados Unidos, começa o seu período mais produtivo. Chegando aos EUA, Tillich irá lecionar no Union Theological Seminary de Nova Yorque. Ele elogiará bastante o ambiente acadêmico do Seminário, principalmente por ser frequentado por pessoas de vários países. Neste período ele também descobre a psicologia, que irá também influencia seu pensar teológico. Tillich busca usar arte, cultura, política, ação social para fazer teologia. No fundo o seu grande objetivo é tornar a mensagem cristã aceitável para o ambiente acadêmico em que ele vive. Com o passar dos anos cresce o número de pessoas que se matriculam em seus cursos, e também os seus seguidores. Em 1955 ele consegue lecionar em Harward, nas mais cobiçada cátedra de teologia dos EUA.[7]

Entre 1919 e 1933, ou seja, do início de sua carreira como professor universitário até a mudança para os EUA, Tillich trabalhou bastante com questões sociais e políticas, sendo um dos fundadores de um movimento chamado de “Socialismo Religioso”, o que poderia ser definido como uma síntese de socialismo e religião. O seu escrito mais marcante foi a “Decisão Socialista” que foi aprendido pela Gestapo e queimado em praça pública. Tillich sempre irá discutir questões políticas e sociais, porém não com tanta ênfase como neste período.[8]

A produção literária de Tillich é vastíssima, são cerca de 400 obras! O seu período americano foi o mais produtivo e influente. Entre as suas importantes obras podemos destacar: A Era Protestante (1948); O Abalo das Estruturas (1948); Coragem de Ser (1952); Amor, Poder e Justiça (1954); Novo Ser (1955); e claro, a sua monumental Teologia Sistemática lançada em três volumes nos anos de 1951, 1957 e 1963. Após a sua morte ainda foram lançadas mais duas obras importantes: Perspectivas da Teologia Protestante dos Séculos XIX e XX (1967) e História do Pensamento Cristão (1968), na verdade estas obras são transcrições de suas aulas ministradas em Nova York sobre os referidos temas.[9]

Em 1936, ocasião dos seus cinquenta anos, Tillich escreveu uma autobiografia chamada “Na Fronteira”, onde ele aborda as vantagens de ter tido uma carreira teológica na Alemanha e depois nos EUA. Ele dizia que era ótimo estar na fronteira entre a terra natal e a terra estrangeira, com isso a visão do mundo crescia e se aprofundava. Assim não ficava-se preso a preconceitos ou provincianismos. Para Tillich “a fronteira é o melhor lugar para adquirir conhecimento”.[10]

A influência de Tillich no meio acadêmico americano foi enorme. Em 1940 ele já recebia o título de cidadão americano, logo em seguida receberia o título de doutor honoris causa na Universidade de Yale. Nesta época diziam que ele era "um filósofo entre os teólogos e um teólogo entre os filósofos". Em Harward ele recebeu o direito de livre docência, com isso ele podia lecionar a matéria que quisesse e quando quisesse, tendo bastante tempo disponível para pesquisar e escrever. Em todo este período nasceu uma verdadeiro culto a figura de Tillich, com alunos esperando horas para assistir suas conferências, mas havia quem dissesse que estas palestras não passavam de "balela ininteligível". Em 1961 ele assistira de camarote, graças a um convite especial, a posse do presidente Kennedy. Sem dúvidas Tillich foi uma lenda no seu próprio tempo, mas sua biografia também traz muitas polêmicas e ambiguidades: o medo da morte sempre o perseguiu, apesar de sua fé cristã; era também conhecido por sua vida boêmia, o que levou ao fim o seu primeiro casamento; foi um defensor do socialismo, mas nunca abriu mão dos benefício de fazer parte de uma classe média alta; o seu pouco interesse por estar presente em atividades de sua igreja, na verdade ele raramente ia a igreja.[11]

Os postulados da teologia de Tillich
Olson & Grentz resumem da seguinte forma os principais postulados da teologia tillichiana[12]:

1) A teologia deve ser apologética, falar a atual situação cultural, e não ser simplesmente atirada como uma pedra sobre a cabeça das pessoas como fazem os fundamentalistas e mesmo o neo-ortodoxos como Barth;

2) Há um denominador comum entre Deus e os homens, pois se assim não fosse, toda teologia seria obsoleta, e este denominador comum pode ser observado nas manifestações da cultura humana;

3) A filosofia tem papel essencial no pensamento teológico, pois como dizia Tillich "Nenhum teólogo deve ser levado a sério como teólogo, mesmo que seja um grande cristão e um grande estudioso, se sua obra mostrar que ele não leva a sério a filosofia". Tillich só destaca que a Filosofia trata as questões de forma um tanto quanto fria e objetiva, já a teologia busca a verdade com paixão, temor e amor;

4) O melhor sistema filosófico para ser usado pela teologia deve ser a ontologia existencialista, pois a ontologia busca estudar o ser, e o existencialismo trabalha com as angústias humanas. Expressões da ontologia são usadas em abundância por Tillich. Ele fala de Deus como o "ser-em-si", fala também que o "não-ser" é a ansiedade que acompanha todo ser finito, e que o homem busca resposta para a possibilidade do "não-ser", e isso leva o homem ao poder-de-ser que é Deus.

5) A natureza especial e complexa da existência humana. Tillich gostava de ser referir ao ser humano como um "microcosmo"


[1] MONDIN, Batista. Os Grandes Teólogos do Século Vinte. p. 87
[2] GRENTZ, Stanley & OLSON, Roger. A Teologia do Século 20. p. 135-36
[3] Ibid.. p. 137
[4] MONDIN, Batista. Os Grandes Teólogos do Século Vinte. p. 88
[5] Ibid. p. 89; GRENTZ, Stanley & OLSON, Roger. A Teologia do Século 20. p. 137
[6] MONDIN, Batista. Os Grandes Teólogos do Século Vinte. p. 90
[7] Ibid. p. 91-92
[8] GIBELLINI, Rosino. Teologia do Século XX. p. 84
[9] MONDIN, Batista. op. cit. p. 92-95
[10] GIBELLINI, Rosino. Teologia do Século XX. p. 85
[11] GRENTZ, Stanley & OLSON, Roger. A Teologia do Século 20. p. 138-39
[12] Ibid. p. 139-41

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Yes we can!


Há poucos meses atrás, o mundo presenciou uma das disputas eleitorais mais espetaculares da história dos Estados Unidos da América. Eram as candidaturas de John McCaine e de Barack Obama à presidência dos EUA. McCaine foi herói de guerra, e parecia ter o perfil ideal para assumir o cargo após a desastrosa era Bush, que afundou o país e o mundo todo numa crise, que pra quem nasceu no século XX, é de toda sem precedentes. Do outro lado, o candidato de oposição tinha tudo para não ser eleito: Era negro, pois os EUA nunca tinham elegido um presidente da república negro; ao contrário de seu adversário, tinha um passado comum e com muito esforço conseguiu se formar em Ciências Políticas pela universidade de Columbia, em Direito pela conceituada universidade de Harvard e se eleger senador pelo estado americano de Illinóis em 1996. Mas o que me chamou atenção, além da vitória final de Obama nas urnas, foi o lema de sua campanha: “Yes we can” que em português fica “sim nós podemos”. Assim como Obama, que não tinha atributos per si para se garantir vencedor frente ao super-herói de guerra John McCain, Nós também não temos atributos para conquistar nossos sonhos e objetivos: Cuido de uma Igreja pequena, não temos muitos recursos financeiros, e para piorar, o nosso sonho (um imóvel próprio) é algo que para as nossas posses é impossível de se realizar. Mas nós podemos. Yes we can, porque quem nos dá os sonhos e as vitórias é o nosso Senhor. Muito maior que uma campanha política é o nosso sonho, e muito maior é aquele que nos dá a vitória, o nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Yes we can! Sim nós podemos! Para a honra e glória do nome D’Ele que é o único que pode, de fato, todas as coisas.
Sem. Vitor Correia

sábado, 16 de maio de 2009

GERAÇÃO H... ”H2Oh!”.


"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens." (Mateus 5: 13)

No Evangelho de Mateus, vemos Jesus comparando aqueles que o seguiam ao sal. Sabemos que gente é gente, e que sal é sal, mas vemos aqui uma comparação muito elucidativa no que tange às atribuições desses discípulos. Assim como o sal na comida, a vida daqueles homens deveria transformar o “sabor” da vida dos homens; deveria dar um toque de vida à insipidez da existência humana.
Nas décadas de 70 e 80, anos finais da cultura hippie, do advento da cultura rock e de suas ideologias, a juventude foi rotulada de “geração coca-cola”. Esse rótulo caía-lhe muito bem, pois era uma geração “efervescente”, idealista e sonhadora. Em tempos de ditadura, essa geração buscava no “sonho americano” seus ícones e inspiração. Aquela geração não mediu esforços para ser ouvida em seus anseios e ideais.
Hoje, poucos querem viver como “sal da terra”, já não se ouve nada sobre a geração coca-cola e suas ideologias e posturas já obsoletas em um mundo global. A nomenclatura, talvez, mais apropriada para a geração dos nossos dias é Geração “H2Oh!”. Sim. Uma geração que não é sal que contamina e dá sabor, muito embora, diga aos quatro ventos que o é. Uma geração que existe como uma plantinha, sem fazer diferença nenhuma na vida de quem quer que seja. Uma geração desprovida de ideais e razões para lutar. Uma geração que barateia em tudo o que Deus fez por ela, não dando a mínima para o que Jesus é, fez ou sofreu. A geração “H2Oh!” é uma geração morna, que não faz a mínima diferença por onde quer que passe. Seja em “marcha pra Jesus”, “Sermão da montanha”, ou qualquer evento que sua alvissareira massa participe, não se nota sua presença. A única coisa notável nessa massa é a sua incrível semelhança com o status quo, com a normalidade insossa que permeia a sociedade. Garotas histéricas gritam insuportavelmente o nome do cantorzinho de qualidade duvidosa, que busca afirmação de sua carreira num mercado que acolhe de braços abertos todos os frustrados e decadentes da (boa) mídia secular. Aí se vão aos montes, “Nelsons Neds” da vida a tornar aos braços da fama graças à meia dúzia de rimas pobres proferidas, do tipo Jesus/luz. E assim, segue-se a existência fútil de uma geração que não sabe a que veio, e existe dia após dia sem saber quem é, e pra onde vai.
Cada geração tem a sua marca, isso é indelével. Os discípulos eram comparados ao Sal, pois davam sabor à vida dos povos, a geração oitentista foi a geração coca-cola, que apesar de americanizada, ainda tinha ideais e sonhos pra lutar, hoje, vivemos sob a comparação de um produto que é meio assim, sem identidade. Não é água pra matar a sede de forma saudável, nem se diz refrigerante, pra ficar politicamente correto. Ah, e eu já ia me esquecendo: É levemente gaseificada... Que Deus nos livre da “parecença” com essa geração.
Presb. Vitor Correia

sábado, 9 de maio de 2009

Série: "Coisas que você não pode viver sem saber"


Mamãe eu quero mamar
“Mais de 40 mil candidatos às eleições de 2006 e 2008 eram beneficiários do programa Bolsa-Família, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União realizada nos programas sociais do governo federal” (nota no site do Cláudio Humberto).


Vaca de divinas tetas

“Logo, logo, vamos tirar petróleo de Brasília” (Lula, após a primeira extração de petróleo da camada pré-sal).

Posto final
“Gostaria que o embargo a Cuba acabasse hoje mesmo. Não há razão para que o povo cubano continue sofrendo. O embargo dá ao regime Castro uma desculpa para os seus próprios erros econômicos. Eles sempre dizem que a culpa é dos EUA” (Jimmy Carter, ex-presidente americano).

O cheiro do ralo
“Gastando menos água degradamos menos a natureza, preservando os recursos naturais e as nascentes dos rios” (um dos argumentos da campanha Xixi no banho).

Sale
“Essas vacinas recomendadas pelos ministérios da saúde em cada país são armas de terror, para intimidar e liquidar, em poucos anos, a população de idosos, pois estes aumentaram em número e os governos já não têm verba para sustentar as suas aposentadorias” (trecho de Via inanição ou vacina, texto de Mary Schultze no Informativo Batista).

Brilha, brilha, brilha, estrelinha
"Sorte é trabalho, mas é preciso ter estrela. O Rubinho Barrichello, por exemplo, tem estrela, apesar de muitos dizerem que não. O problema é que a estrela dele fica na bunda. Quando ele senta no cockpit, ela apaga" (Hortência, na posse do novo presidente da Confederação Brasileira de Basquete).

Pinóquio corintiano
“A cada gol que faço, emagreço um quilo e fico mais bonito” (Ronaldo “Fenômeno”).


Chitãozinho & Xororó

"Estudo da Universidade Christ Church de Canterbury indicou que cantar em coro eleva os níveis de oxitocina (o ‘hormônio do amor’) no sangue. Forme um dueto com seu parceiro e entrem no clima para a relação sexual” (dica em livro de Susannah Marriott).

Exame de vista
"De longe, você é o mais revolucionário jornalista cristão da atualidade" (Christian).