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sábado, 16 de maio de 2009

GERAÇÃO H... ”H2Oh!”.


"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens." (Mateus 5: 13)

No Evangelho de Mateus, vemos Jesus comparando aqueles que o seguiam ao sal. Sabemos que gente é gente, e que sal é sal, mas vemos aqui uma comparação muito elucidativa no que tange às atribuições desses discípulos. Assim como o sal na comida, a vida daqueles homens deveria transformar o “sabor” da vida dos homens; deveria dar um toque de vida à insipidez da existência humana.
Nas décadas de 70 e 80, anos finais da cultura hippie, do advento da cultura rock e de suas ideologias, a juventude foi rotulada de “geração coca-cola”. Esse rótulo caía-lhe muito bem, pois era uma geração “efervescente”, idealista e sonhadora. Em tempos de ditadura, essa geração buscava no “sonho americano” seus ícones e inspiração. Aquela geração não mediu esforços para ser ouvida em seus anseios e ideais.
Hoje, poucos querem viver como “sal da terra”, já não se ouve nada sobre a geração coca-cola e suas ideologias e posturas já obsoletas em um mundo global. A nomenclatura, talvez, mais apropriada para a geração dos nossos dias é Geração “H2Oh!”. Sim. Uma geração que não é sal que contamina e dá sabor, muito embora, diga aos quatro ventos que o é. Uma geração que existe como uma plantinha, sem fazer diferença nenhuma na vida de quem quer que seja. Uma geração desprovida de ideais e razões para lutar. Uma geração que barateia em tudo o que Deus fez por ela, não dando a mínima para o que Jesus é, fez ou sofreu. A geração “H2Oh!” é uma geração morna, que não faz a mínima diferença por onde quer que passe. Seja em “marcha pra Jesus”, “Sermão da montanha”, ou qualquer evento que sua alvissareira massa participe, não se nota sua presença. A única coisa notável nessa massa é a sua incrível semelhança com o status quo, com a normalidade insossa que permeia a sociedade. Garotas histéricas gritam insuportavelmente o nome do cantorzinho de qualidade duvidosa, que busca afirmação de sua carreira num mercado que acolhe de braços abertos todos os frustrados e decadentes da (boa) mídia secular. Aí se vão aos montes, “Nelsons Neds” da vida a tornar aos braços da fama graças à meia dúzia de rimas pobres proferidas, do tipo Jesus/luz. E assim, segue-se a existência fútil de uma geração que não sabe a que veio, e existe dia após dia sem saber quem é, e pra onde vai.
Cada geração tem a sua marca, isso é indelével. Os discípulos eram comparados ao Sal, pois davam sabor à vida dos povos, a geração oitentista foi a geração coca-cola, que apesar de americanizada, ainda tinha ideais e sonhos pra lutar, hoje, vivemos sob a comparação de um produto que é meio assim, sem identidade. Não é água pra matar a sede de forma saudável, nem se diz refrigerante, pra ficar politicamente correto. Ah, e eu já ia me esquecendo: É levemente gaseificada... Que Deus nos livre da “parecença” com essa geração.
Presb. Vitor Correia

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